quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Cooperação e competição

Podemos relacionar este conteúdo com o eixo temático mídia, desconstruindo as concepções negativas dadas à derrota, a supervalorização da vitória, a rivalidade exacerbada, os conflitos entre torcidas, entre outros temas referentes aos esportes de rendimento — que são transferidas culturalmente ao jogo.
A indissociabilidade entre técnica e tática apontada na abordagem do esporte, também é um passo para que os alunos percebam o quanto as ações coletivas são importantes para o sucesso da equipe. E consecutivamente, podemos transferir este sentimento de grupo, de respeito mútuo também ao adversário.
Ações como a vivência de jogos nos momentos de lazer, jogos com regras rígidas e do próprio esporte, permite comparar e reconhecer as características de cada manifestação. Contudo, a abordagem dos jogos cooperativos é uma ótima opção para que as ações coletivas ganhem importância para alcançar objetivos comuns — como acontece quando cada aluno percebe a contribuição e a influência positiva que oferece ao grupo, independentemente da vitória ou derrota.
Esta abordagem pretende mostrar que todos podem participar do jogo, que a habilidade e a competência individual não interferem nos resultados, visto que diminui a incidência de atitudes preconceituosas e de exclusão.
Em um mesmo jogo é possível sim que haja elementos competitivos e cooperativos através da postura dos alunos e dos valores que são passados pelo professor no que diz respeito às regras, à escolha dos times, ao respeito ás diferenças dos colegas, ao fair play, as táticas escolhidas de comum acordo entre os componentes da equipe, entre muitas outras situações.

Por _Berdusco

Lazer emancipador

Serei breve.
O lazer emancipador é aquele que ocorre durante o tempo livre, repleto de experiências interessantes e significativas. Também possui como característica a escolha autônoma e crítica das atividades realizadas, havendo também a difusão dos conhecimentos para outras pessoas, ampliando as possibilidades de prática.
O lazer emancipador merece trato pedagógico pela Educação Física, pois possibilita ao aluno apropriar-se das manifestações da cultura corporal de maneira autônoma também no seu momento de lazer. Consciente do papel de cada prática, das condições ao acesso, das relações interpessoais, dos processos de cidadania, da promoção de bons hábitos e busca por espaços, tempos e oportunidades de lazer.

Por _Berdusco

domingo, 4 de dezembro de 2011

Luta e Esporte como manifestações correlacionadas

Assim como nos esportes temos princípios operacionais comuns delimitando situações de ataque e de defesa, como aponta Bayer. Nas lutas temos os princípios condicionais, que são caracterizados pelos princípios técnicos e táticos, pelos princípios de confronto e oposição e pela classificação e organização.
Por exemplo, quando abordamos os princípios técnicos e táticos do caratê, aprendemos os katas, quando falamos de capoeira, aprendemos alguns golpes, assim como no boxe. A classificação do caratê é feita pelas faixas, a capoeira pelo cordel, e assim por diante. São manifestações diferentes, mas as condições em que ocorrem são muito semelhantes.
A indissociabilidade entre técnica e tática está na compreensão por parte do aluno no entendimento da utilização de determinados movimentos no momento de confronto e oposição que sejam necessários para determinada ação, desconstruindo a concepção de que o gesto motor ocorre isoladamente. Portanto, nas lutas essa inter-relação entre técnica e tática é ainda mais evidente, pois cada ação é determinada pela ação do adversário.

Por _Berdusco

Lutas X Educação Física

Para desconstruir a associação da luta à briga e à violência, espera-se que o aluno seja capaz de expressar opiniões a respeito dos temas: briga, violência, sobrevivência e luta e relacioná-los com outras condutas do cotidiano; além de valorizar e respeitar as condutas nas lutas. Essas competências permitem deslocar a concepção exclusivamente violenta das lutas para outras manifestações da cultura corporal, como também ocorre nos esportes, assim como enfatiza os valores e a filosofia de cada luta, demonstrando o respeito que há nesta manifestação.
Para desconstruir a preocupação com a fragilidade feminina é necessário que os alunos percebam e identifiquem as características individuais na realização dos gestos e movimentos de confronto das lutas, possibilitando que percebam que as meninas também são perfeitamente capazes de executar tais movimentos — assim como alunos com deficiência, ou até mesmo aqueles que não se encaixam nos padrões de habilidade pré-concebidos.
Também é possível desconstruir o preconceito gerado pela religião, como no caso da capoeira e sua origem africana, por exemplo, quando os alunos são capazes de identificar, relacionar, caracterizar e analisar a transformação e/ou necessidade do surgimento da capoeira angola e da regional. Assim como a falta de recursos materiais, identificando e adaptando instrumentos utilizados em uma roda de capoeira.
Uma sugestão é a abordagem dos princípios técnicos e táticos para que o aluno possa compreender o fenômeno luta e suas manifestações culturais, filosóficas, etc.
Os princípios de confronto e oposição permitem a contextualização e incorporação dos conceitos fundamentais da luta.
classificação e organização fazem refletir sobre as consequências do confronto desigual, assim como da esportivização e o senso de justiça.
As principais regras possibilitam o entendimento sobre as categorias e graduações de cada luta.
questão do gênero e da violência ressignificam e aprofundam vivências e possibilitam a valorização das condutas.
processo histórico deve ser abordado para que o aluno conheça as origens da lutas e compreenda os contextos que levaram ao seu declínio e outros que favoreceram sua popularização.

Por _Berdusco

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Existe perfeição?

Acredito que este estranhamento também pode derivar do nosso próprio erro de não perceber que aquele aluno não é um estranho, são as nossas atividades que não condizem com as suas características, suas vontades, suas possibilidades, medos, seu tempo e expectativa.
Diversas vezes eu tive "estranhos" nas minhas aulas. Mas com a experiência e com um olhar mais atencioso no comportamento de cada um eu percebi que eu tinha que aprender. Por isso mudei as minhas estratégias.
Claro que a mídia influencia, assim como o próprio grupo de alunos. Mas nós como professores, temos a possibilidade de tornar nossas aulas um ambiente onde todos participam e contribuem de forma igualitária, abrindo espaço para o alto, o baixo, o magro, o gordo, o musculoso. É uma opção.
Surge então uma pergunta...existe perfeição em algo?
Em contrapartida a concepção atual, é importante convencer-nos que um corpo perfeito é aquele que nos permite realizar nossas tarefas do dia-a-dia (atividades físicas e exercícios físicos) de maneira saudável e funcional.



"Afirmo que a perfeição da maneira como nos é apresentada pela mídia, esta definitivamente não existe!"

Por _Berdusco

Relembrando Histórias da escola

Passei por tantos momentos... Mas eu me lembro de um dia em que o professor estava dando aula sobre Ginástica Olímpica na 6ª série.
Rapidamente ele pediu que todos fizessem um rolamento (cambalhota) no colchonete. Eu, assim como outros colegas, fiz o rolamento mas não conseguir ficar em pé sem apoiar as mãos para auxiliar a impulsão.
Só consigo me recordar que após algumas semanas aconteceu um grande evento na escola e a abertura foi exatamente com um grupo de alunos que executavam rolamentos e outras acrobacias ao som de uma música animada.
Eu, sentada na arquibancada, não conseguia compreender o por quê o professor não tinha me dado outra chance, pois eu só tinha executado o movimento uma única vez. Vários pensamentos passavam pela minha cabeça: "Mas e se ele tivesse me explicado como fazer... Como será que eu devo fazer da próxima vez para também ser escolhida no grupo dos melhores... ou eu não mereço mesmo participar deste grupo..."
O que posso dizer é que atualmente sou professora de Ginástica Olímpica por obra do acaso mesmo, pois nunca fui atleta. Mas acredito que o fato de alguém ter me dado a chance de aprender a ensinar foi decisivo nessa trajetória.
E hoje em dia, nas minhas aulas práticas, procuro sempre adaptar todas as atividades para que qualquer aluno as realize e se sinta bem em participar de verdade!

Por _Berdusco

Algumas sugestões de tópicos

Para que o aluno possa compreender criticamente as mensagens que circulam pelas mídias e quais são os procedimentos corretos, no que se refere ao exercício físico e alimentação para obtenção de saúde e bem-estar, podem ser abordados os seguintes conteúdos:


  • Avaliação da composição corporal, através do IMC;
  • Balanço energético, estabelecendo relação entre o valor calórico dos alimentos e o gasto calórico dos exercícios físicos;
  • Construção de programas de caminhada, circuitos de força;
  • Identificação de capacidades físicas e princípios de treinamento;
  • Modalidades de ginástica de academia;
  • Atividade física e exercício físico para prevenção e intervenção nas patologias hipocinéticas;
  • Prática esportiva em níveis e condições adequadas.
Por _Berdusco

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Princípios do Treinamento Físico na Educação Física Escolar

Para contemplar as competências e habilidades de identificar os princípios de treinamento envolvidos na elaboração de um programa de exercícios e relacionar os princípios de treinamento a um programa de exercícios para melhoria da flexibilidade e resistência muscular, primeiramente o professor pode definir as capacidades físicas que serão trabalhadas no programa de treinamento, logo após propõe a construção da ficha de treinamento, a aplicação dos testes motores e a execução da prescrição. Durante esses processos há a orientação aos alunos sobre quais exercícios podem ser feitos para aprimorar seus resultados. Orientações estas que contextualizam a utilização dos princípios da especificidade, continuidade, sobrecarga e individualidade.
Ao final da etapa ocorre a avaliação dos resultados. Esta fase contempla as competências e habilidades de identificar os efeitos do treinamento nos aspectos morfológicos, fisiológicos e psicossociais e relacionar os efeitos percebidos do treinamento às características do programa de exercícios realizado. Para alcançar este objetivo, ocorre a discussão sobre o conjunto de dados obtidos com os alunos e quanto aos efeitos percebidos em si próprios, além da análise dos dados relacionando os resultados com os princípios do treinamento físico, já conhecidos pelos alunos.
Lembrando que avaliar nos percursos de aprendizagem apresentados no caderno é importante pois permite com que o professor reconheça as dificuldades e progressos do aluno, reorganizando e readaptando seu plano de ação quando necessário, verificando se os conteúdos foram internalizados de forma significativa pelos alunos e assim, deslocando da avaliação seu caráter unicamente classificatório e eliminatório ao final do percurso de ensino para torná-la um procedimento integrado aos processos naturais de aprendizagem.

Por _Berdusco

Capacidades Físicas na Educação Física Escolar

Apropriar-se dos conceitos sobre as capacidades físicas subsidia o aluno para diagnóstico e intervenção nas questões de saúde e bem-estar a medida que proporciona ao aluno as ferramentas para compreender seu próprio organismo e as alterações que podem ocorrem em consequência da prática adequada ou não de atividades físicas.
Isto possibilita o desenvolvimento da autonomia do aluno em reconhecer quais práticas relacionam-se verdadeiramente a saúde e quais são prejudiciais a mesma.
Sabemos que nem sempre essa proposta incentiva o aluno a manter um estilo de vida saudável em seu cotidiano ou ao deixar a escola, pois isso depende de outros fatores externos. Mas é um grande passo se pretendemos diminuir as estatísticas de doenças relacionadas ao sedentarismo, aumentar a procura por iniciativas públicas para ampliação do acesso e incentivo à prática de atividades físicas e promoção da saúde.
O desafio está em apresentar aos alunos informações antes obtidas apenas pelos profissionais de educação física, conhecimentos estes que por muitas vezes são desconhecidos, seja nas academias, nos clubes, nas atividades diárias, entre outros.



Por _Berdusco




domingo, 6 de novembro de 2011

Ginástica na Educação Física Escolar

O professor pode fazer uma relação entre os movimentos já conhecidos pelo aluno em seu contexto cultural com os movimentos específicos do esporte abordado. Desta maneira, pode fazer uma reflexão sobre as principais características da GR, seu histórico, a dificuldade exigida pela modalidade, os movimentos específicos dos aparelhos, entre outros. Assim como de forma simultânea pode trazer as experiências dos alunos e elaborar conjuntamente com os mesmos novas possibilidades do Se-movimentar através da vivência e da compreensão da nova modalidade esportiva analisada.

Acredito que a Ginástica Para Todos ou Ginástica Geral, sem diminuir a importância da abordagem das ginásticas de competição, é uma ótima oportunidade de transmitir à essa manifestação da cultura corporal seu lugar no universo escolar sem que haja discriminação, diferenciação por habilidades, gênero ou número de equipamentos.
Compartilho com vocês minhas experiências pessoais, pois trabalho com a ginástica geral e a cada dia percebo os benefícios e o quanto ela é significativa na vida dos alunos. Atribuo o sucesso dessa proposta a transferência e ao compartilhar das diversas manifestações culturais presentes no contexto dos alunos e no universo da ginástica. Por exemplo, quando se trata da questão da música, é interessante que os próprios alunos demonstrem quais são suas preferências e como imaginam que seria uma apresentação bonita. Já em relação ao figurino, não é necessário roupas perfeitas, pode-se sugerir que os alunos confeccionem as peças decorando-as ou até mesmo que combinem cores, quando for o caso.
O importante é que o professor incentive a criatividade dos alunos, pois ginástica é expressão corporal. É o momento onde os alunos têm a oportunidade de demonstrar sua arte, sua capacidade de organização, o espírito de grupo, auto-estima, entre outros infinitos benefícios.
Muitos movimentos do contexto dos alunos se assemelham aos que constituem o universo da ginástica. Como as brincadeiras tradicionais de cordas e bambolês, as atividades circenses com os malabaristas, os equilibristas, acrobatas e contorcionistas, os movimentos do Le Parkour, a sensação de liberdade e os movimentos não-habituais dos esportes radicais, entre outros.
Para socializar a cultura podemos, por exemplo, durante uma aula que aborda o salto da GA, sugerir aos alunos que brinquem de saltar sobre as costas dos colegas como na brincadeira de "pular sela". Logo após pode-se visualizar vídeos que ilustrem o salto do esporte propriamente dito. Demonstrando todas as possibilidades de saltar e suas variações, grupada, carpada, afastada etc  a vivência dessas variações é plenamente possível assim como a sua associação com os movimentos do dia-a-dia. Desta maneira estamos aproximando essas manifestações através da ampliação e reconstrução da cultura corporal.

Por _Berdusco

Relações entre GG, GR, GA, Artes Circenses e Mídia


Para que haja motivação e participação ativa dos alunos no tratamento desses conteúdos, em vista das dificuldades e preconceitos encontrados, não é aconselhável que se trabalhe de forma isolada. É preciso demonstrar que os gestos da GR, GA, GG e artes circenses se aproximam entre si e são importantes manifestações da cultura corporal.




Incentivar a reflexão sobre questões pertinentes ao tema associando-o aos eixos temáticos mídia e contemporaneidade é uma ótima oportunidade de contextualizar as discussões. Como por exemplo, o incentivo ao reconhecimento das artes circenses como profissão que exige dedicação e constituí a fonte de renda e sustentabilidade. Assim como os atletas, que assim como em todas as modalidades esportivas de competição, dedicam uma vida inteira aos treinamentos e têm a responsabilidade de representar a nação.

Para ampliar a concepção sobre o esporte, é interessante expor vídeos e imagens dos ginastas profissionais e dos artistas de circo, esclarecendo a dificuldade dos movimentos, as rotinas de treinamento e as características gerais de cada manifestação. Visto que também pode-se exemplificar acerca do papel da mídia, principalmente na cobertura de grandes eventos esportivos, os patrocínios que são raros devido à forte tendência de elitização do esporte e as políticas públicas de incentivo à prática de modalidades pouco difundidas ou recentes no país.



A mídia influencia na formação dos alunos a medida que, principalmente no caso da televisão, tem fácil acessibilidade no contexto cultural dos alunos direta e indiretamente.

Por exemplo, no âmbito da ginástica de competição, pouco se fala sobre a existência da Ginástica Rítmica masculina  muito difundida em países como Japão, Rússia, Canadá, entre outros. Já que isso se deve a prioridade de exibição cotidiana de modalidades mais populares no país como o futebol, o voleibol etc., e a cobertura exclusiva de eventos da FIG, geralmente ligados aos Jogos Olímpicos, Pan-americanos e Mundiais devido ao aumento da audiência e da possibilidade de patrocínio. Essa postura da mídia dificulta o incentivo à prática e/ou interesse pela modalidade.

Em contrapartida, a mídia pode ser uma aliada na formação dos alunos, pois através da exibição esportiva e da narração e explanação de comentaristas especialistas, há um aumento na possibilidade de compreensão sobre as características das modalidades e do próprio fenômeno esportivo, delegando à Educação Física uma infinidade de temas a ser desenvolvidos.


Por _Berdusco

sábado, 29 de outubro de 2011

Mídia – inimiga ou aliada?


Os meios de comunicação atualmente dependem do esporte para atrair pessoas que consumam seus produtos assim como o esporte profissional depende da mídia para viabilizar patrocinadores de eventos, clubes e atletas.
Para conseguir vender a si própria, a mídia utiliza diversas estratégias para espetacularizar o modo como entendemos, apreciamos e praticamos o esporte  não se interessando em estimular a prática esportiva.
Sabemos que a televisão é um dos meios mais difundidos na sociedade devido à sua praticidade e facilidade de acesso às mais diversas classes sociais. Por isso, a mídia investe muito para que as imagens tenham o impacto desejável. Como por exemplo, o enquadramento das câmeras, a edição das imagens, os comentários que interpretam para o espectador aquilo que ele está vendo.
Estas estratégias ultrapassam as fronteiras da televisão, através da repercussão dos programas e noticiários esportivos, as matérias jornalísticas, as colunas de opinião nos jornais e revistas, as entrevistas polêmicas com os atletas, entre muitos outros aspectos. Como por exemplo, a exploração da publicidade e da propaganda de além de materiais esportivos, diversos produtos e serviços das mais variadas áreas.
A Educação Física aposta no desenvolvimento da capacidade crítica dos alunos diante das mídias através da análise critérios que presidem os reais interesses da mídia no esporte  compreensão da posição de leitor, telespectador e torcedor, assim como do fenômeno esportivo propriamente dito.
Para isso a Proposta abordada apresenta Situações de Aprendizagem que possibilitam ao aluno reconhecer as diferenças entre assistir um evento esportivo pela televisão e presencialmente, assim como reconhecer as características e tendências da falação nos meios de comunicação.

Por _Berdusco

Abordagem dos conteúdos na Educação Física Escolar


As concepções que tenho sobre os processos de ensino e aprendizagem na área da Educação Física não fogem muito daquelas apontadas pela Proposta Curricular do Estado. Contudo, o que me chamou a atenção foi o foco da aprendizagem estar voltado a intencionalidade do sujeito que se movimenta e no sentido do Se-movimentar. Principalmente, quando se trata de iniciar os processos de ensino através das razões do fazer, dando sentido aos modos de fazer.
Sinceramente eu não havia parado para pensar desta forma e não adotava esta postura durante as minhas aulas. Algumas atividades se assemelham como o "manejo de corpo", "manejo de bola", entre outros, com as situações do "eu-bola", "eu-bola-colegas", e assim por diante. Mas o diferencial é refletir sobre essas práticas, atribuindo-lhes mais do que o objetivo final do desenvolvimento motor.
Este tratamento dado aos esportes coletivos evita as situações de exclusão porque não rotula os alunos, não os seleciona pelas habilidades individuais, por performance, rendimento, ou até mesmo por diferenciações de gênero. O que acontece é a valorização de cada aluno como indivíduo que se movimenta, que traz características, bagagens e vivências que ressignificam a concepção do se-movimentar coletivo.
Portanto, não é viável privilegiar o gesto técnico no percurso de aprendizagem, pois o aluno acaba perdendo tudo o que o esporte pode proporcionar no âmbito da cultura corporal  aprendizagem significativa.


Por _Berdusco

Avaliação Integrada – um exemplo na aprendizagem do Voleibol


   A Atividade Avaliadora acontece de forma integrada, em diversos momentos durante as situações de aprendizagem, sem que haja a necessidade de reprodução de métodos classificatórios e eliminatórios de avaliação.
Quando propomos situações características da modalidade voleibol, apresentando-as como problemas a serem discutidos, vivenciados e solucionados pelos alunos (por escrito ou demonstrados na quadra), estamos permitindo com que os alunos demonstrem, de forma verbal e não verbal, informações ou indícios de que aquele conhecimento foi internalizado.
Os dados podem não só quantitativos como também qualitativos, como acontece quando avaliamos a capacidade dos alunos para pensar taticamente o voleibol. Portanto, a execução perfeita das ações específicas do jogo ou a consecução do ponto após a ação não devem ser valorizadas. E sim se os alunos compreendem a situação de jogo proposta e suas iniciativas para solucioná-la.
Os procedimentos não precisam ser isolados, sabendo-se que é importante que os alunos atentem para a organização tática coletiva do voleibol, e isso pode acontecer pela descrição de situações reais de partidas, colocando os alunos como árbitros e pedindo a sua opinião. Assim como quando sugerimos aos alunos que assistam às imagens de como eles mesmos jogavam para que possam analisar as próprias ações – quando este recurso for disponível. Entre outras situações que podem ser criadas para observar as condutas dos alunos.
Por último, temos a possibilidade de questionar os alunos de maneira informal oferecendo questões em forma de gincana, para que os vários grupos respondam às questões, contando pontos para as respostas certas – retomando as regras do voleibol.

Por _Berdusco

Contemporaneidade X Esportes Radicais X Esporte Adaptado

   No desenvolvimento do tema Esporte Adaptado, podemos relacionar aspectos contemporâneos como a valorização atual das políticas de inclusão. Assim como também esta realidade foi transmitida ao esporte, já que existem diversas modalidades esportivas que são praticadas por pessoas com algum tipo de deficiência. Desta maneira a mídia tem trazido muitas reportagens e transmissões de competições, especialmente durante a realização de grandes eventos desportivos como os Jogos Paraolímpicos e a ascensão do esporte adaptado nas escolas com a Paraolimpíadas escolares.
Quando relacionamos o eixo "Contemporaneidade" com o tema Esportes Radicais, devemos enfatizar que a globalização não é apenas econômica, mas também cultural. Sabendo-se que o advento dessas práticas é bastante significativo nesse processo, pois leva ao extremo a experiência corporal do risco, da liberdade e da aventura. Se opondo aos padrões corporais e os estereótipos de sedentarismo promovidos pela televisão e a internet. Portanto, os esportes radicais reúnem certos grupos socioculturais, com "estilos de vida" próprios.
As Situações de Aprendizagem do tema Esporte Adaptado pode contemplar a compreensão sobre a dinâmica das modalidades, a vivência de situações inabituais e a adaptação de jogos e modalidades. E os Esportes Radicais podem abordar a classificação dos mesmos, a vivência de situações adversas e a identificação de diferentes formas de agir e pensar.
Em ambos os temas também é interessante que haja pesquisas, discussões sobre filmes, entrevistas e atualidades, assim como encenações e reflexões que possam ressignificar o Se-movimentar dos alunos.

Por _Berdusco

Esporte Adaptado na Educação Física Escolar


Assim como em outras modalidades esportivas, na abordagem do conteúdo Esporte Adaptado, também se pode fazer uso dos princípios operacionais e das unidades funcionais, além de pesquisas, análise de filmes e diversas atividades de vivência que possam tornar os processos de aprendizagem mais naturais quando se trata da compreensão do esporte também como componente do Se-movimentar das pessoas com deficiência, mediante algumas adaptações.
Através dessas Situações de Aprendizagem, espera-se que os alunos desenvolvam as seguintes competências e habilidades:

  • Identificar a dinâmica dos jogos, seus processos históricos e suas regras básicas;
  • Identificar e perceber diferentes sensações corporais, provenientes de limitações sensoriais e motoras;
  • Compreender e valorizar as características pessoais e interpessoais na prática de modalidades esportivas e jogos adaptados;
  • Reconhecer as potencialidades de adaptação que existem em várias modalidades esportivas e jogos adaptados;
  • Unir e aproximar pessoas com diferentes características e necessidades;
  • Defender a participação nessas práticas, de todas as pessoas, sem qualquer discriminação;
  • Interagir com essas práticas de forma autônoma e crítica.
Por _Berdusco

Evolução na aprendizagem significativa do esporte na escola


 No início do processo de aprendizagem, o posicionamento dos alunos se encontra na fase anárquica.
Partindo dessa situação, como observado em diversas situações de aprendizagem, pode-se fazer um vídeo para registrar a maneira como os alunos se organizavam. Pois é muito prazeroso quando os alunos percebem como iniciaram a prática e onde conseguiram chegar. Além de se aproveitar as vivências anteriores e a forma como os alunos compreendem inicialmente a dinâmica do jogo.
Também é importante que os alunos conheçam os processos históricos e as principais regras da modalidade, que justificam o ritmo e as características de jogo.
Organizar o processo de aprendizagem de acordo com as unidades funcionais é uma ótima opção em detrimento do ensino dos fundamentos isolados de determinada modalidade, sem que haja relação com a situação real de jogo. Através desta estratégia o aluno consegue perceber claramente a relação entre a técnica e a concretização da tática – consequentemente o Se-movimentar ganha o seu sentido.
Durante esses momentos, fica mais fácil que o aluno reconheça as situações de defesa e ataque, permitindo com que avance de forma mais natural para as outras fases de desenvolvimento do jogo.
Essas práticas permitem com todos os tipos de aluno participem da aula sem que haja diferenciação e comparação entre quem faz melhor ou pior. O objetivo é que cada um, com suas características, contribua para que haja uma ação inteligente e cooperativa em direção a um mesmo alvo.
Assim como os alunos passam a observar o espetáculo esportivo com mais critérios de seleção de informações, analisando jogadas e movimentos específicos do jogo, além da aplicação das regras, a supervalorização dos jogadores e as narrações sensacionalistas.

Por _Berdusco

Indissociabilidade das dimensões técnica e tática nos esportes individuais


Em contrapartida a concepção tradicionalista de que nos esportes individuais há uma ênfase ainda maior no desenvolvimento isolado das técnicas de movimento, também há a indissociabilidade entre a técnica e a tática.
Sabemos que nesse caso não é possível dividir a responsabilidade das ações com outros parceiros de equipe – o que faz com que o resultado dependa somente dos erros e acertos do próprio atleta –, mas é preciso compreender que cada movimento tem seu motivo, seu significado para acontecer naquele determinado momento.
Podemos tomar como exemplo a Ginástica Artística. Apesar de ser uma modalidade individual, não é possível executá-la sem que haja a preocupação com a tática.
Por exemplo, quando um atleta escolhe sua série de solo, ele deve decidir quais movimentos deverá executar de acordo com o nível de seus adversários, suas condições físicas, suas potencialidades e dificuldades.
Segue abaixo algumas situações:
  • Nível dos adversários: escolher uma sequência de movimentos que seja de dificuldade suficiente para conseguir os pontos necessários para a classificação, seja por equipe, individual ou por aparelho;
  • Condições físicas: pode-se optar por enfatizar elementos de força, de flexibilidade, equilíbrio, entre outros;
  • Potencialidades e dificuldades:  Nesta modalidade, o atleta não é obrigado a ser impecável em todos os aparelhos, portanto, pode economizar energia em um aparelho que não é sua especialidade, e se esforçar ao máximo naquele que mais tem habilidade.
Por _Berdusco

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