sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Existe perfeição?

Acredito que este estranhamento também pode derivar do nosso próprio erro de não perceber que aquele aluno não é um estranho, são as nossas atividades que não condizem com as suas características, suas vontades, suas possibilidades, medos, seu tempo e expectativa.
Diversas vezes eu tive "estranhos" nas minhas aulas. Mas com a experiência e com um olhar mais atencioso no comportamento de cada um eu percebi que eu tinha que aprender. Por isso mudei as minhas estratégias.
Claro que a mídia influencia, assim como o próprio grupo de alunos. Mas nós como professores, temos a possibilidade de tornar nossas aulas um ambiente onde todos participam e contribuem de forma igualitária, abrindo espaço para o alto, o baixo, o magro, o gordo, o musculoso. É uma opção.
Surge então uma pergunta...existe perfeição em algo?
Em contrapartida a concepção atual, é importante convencer-nos que um corpo perfeito é aquele que nos permite realizar nossas tarefas do dia-a-dia (atividades físicas e exercícios físicos) de maneira saudável e funcional.



"Afirmo que a perfeição da maneira como nos é apresentada pela mídia, esta definitivamente não existe!"

Por _Berdusco

Relembrando Histórias da escola

Passei por tantos momentos... Mas eu me lembro de um dia em que o professor estava dando aula sobre Ginástica Olímpica na 6ª série.
Rapidamente ele pediu que todos fizessem um rolamento (cambalhota) no colchonete. Eu, assim como outros colegas, fiz o rolamento mas não conseguir ficar em pé sem apoiar as mãos para auxiliar a impulsão.
Só consigo me recordar que após algumas semanas aconteceu um grande evento na escola e a abertura foi exatamente com um grupo de alunos que executavam rolamentos e outras acrobacias ao som de uma música animada.
Eu, sentada na arquibancada, não conseguia compreender o por quê o professor não tinha me dado outra chance, pois eu só tinha executado o movimento uma única vez. Vários pensamentos passavam pela minha cabeça: "Mas e se ele tivesse me explicado como fazer... Como será que eu devo fazer da próxima vez para também ser escolhida no grupo dos melhores... ou eu não mereço mesmo participar deste grupo..."
O que posso dizer é que atualmente sou professora de Ginástica Olímpica por obra do acaso mesmo, pois nunca fui atleta. Mas acredito que o fato de alguém ter me dado a chance de aprender a ensinar foi decisivo nessa trajetória.
E hoje em dia, nas minhas aulas práticas, procuro sempre adaptar todas as atividades para que qualquer aluno as realize e se sinta bem em participar de verdade!

Por _Berdusco

Algumas sugestões de tópicos

Para que o aluno possa compreender criticamente as mensagens que circulam pelas mídias e quais são os procedimentos corretos, no que se refere ao exercício físico e alimentação para obtenção de saúde e bem-estar, podem ser abordados os seguintes conteúdos:


  • Avaliação da composição corporal, através do IMC;
  • Balanço energético, estabelecendo relação entre o valor calórico dos alimentos e o gasto calórico dos exercícios físicos;
  • Construção de programas de caminhada, circuitos de força;
  • Identificação de capacidades físicas e princípios de treinamento;
  • Modalidades de ginástica de academia;
  • Atividade física e exercício físico para prevenção e intervenção nas patologias hipocinéticas;
  • Prática esportiva em níveis e condições adequadas.
Por _Berdusco

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Princípios do Treinamento Físico na Educação Física Escolar

Para contemplar as competências e habilidades de identificar os princípios de treinamento envolvidos na elaboração de um programa de exercícios e relacionar os princípios de treinamento a um programa de exercícios para melhoria da flexibilidade e resistência muscular, primeiramente o professor pode definir as capacidades físicas que serão trabalhadas no programa de treinamento, logo após propõe a construção da ficha de treinamento, a aplicação dos testes motores e a execução da prescrição. Durante esses processos há a orientação aos alunos sobre quais exercícios podem ser feitos para aprimorar seus resultados. Orientações estas que contextualizam a utilização dos princípios da especificidade, continuidade, sobrecarga e individualidade.
Ao final da etapa ocorre a avaliação dos resultados. Esta fase contempla as competências e habilidades de identificar os efeitos do treinamento nos aspectos morfológicos, fisiológicos e psicossociais e relacionar os efeitos percebidos do treinamento às características do programa de exercícios realizado. Para alcançar este objetivo, ocorre a discussão sobre o conjunto de dados obtidos com os alunos e quanto aos efeitos percebidos em si próprios, além da análise dos dados relacionando os resultados com os princípios do treinamento físico, já conhecidos pelos alunos.
Lembrando que avaliar nos percursos de aprendizagem apresentados no caderno é importante pois permite com que o professor reconheça as dificuldades e progressos do aluno, reorganizando e readaptando seu plano de ação quando necessário, verificando se os conteúdos foram internalizados de forma significativa pelos alunos e assim, deslocando da avaliação seu caráter unicamente classificatório e eliminatório ao final do percurso de ensino para torná-la um procedimento integrado aos processos naturais de aprendizagem.

Por _Berdusco

Capacidades Físicas na Educação Física Escolar

Apropriar-se dos conceitos sobre as capacidades físicas subsidia o aluno para diagnóstico e intervenção nas questões de saúde e bem-estar a medida que proporciona ao aluno as ferramentas para compreender seu próprio organismo e as alterações que podem ocorrem em consequência da prática adequada ou não de atividades físicas.
Isto possibilita o desenvolvimento da autonomia do aluno em reconhecer quais práticas relacionam-se verdadeiramente a saúde e quais são prejudiciais a mesma.
Sabemos que nem sempre essa proposta incentiva o aluno a manter um estilo de vida saudável em seu cotidiano ou ao deixar a escola, pois isso depende de outros fatores externos. Mas é um grande passo se pretendemos diminuir as estatísticas de doenças relacionadas ao sedentarismo, aumentar a procura por iniciativas públicas para ampliação do acesso e incentivo à prática de atividades físicas e promoção da saúde.
O desafio está em apresentar aos alunos informações antes obtidas apenas pelos profissionais de educação física, conhecimentos estes que por muitas vezes são desconhecidos, seja nas academias, nos clubes, nas atividades diárias, entre outros.



Por _Berdusco




domingo, 6 de novembro de 2011

Ginástica na Educação Física Escolar

O professor pode fazer uma relação entre os movimentos já conhecidos pelo aluno em seu contexto cultural com os movimentos específicos do esporte abordado. Desta maneira, pode fazer uma reflexão sobre as principais características da GR, seu histórico, a dificuldade exigida pela modalidade, os movimentos específicos dos aparelhos, entre outros. Assim como de forma simultânea pode trazer as experiências dos alunos e elaborar conjuntamente com os mesmos novas possibilidades do Se-movimentar através da vivência e da compreensão da nova modalidade esportiva analisada.

Acredito que a Ginástica Para Todos ou Ginástica Geral, sem diminuir a importância da abordagem das ginásticas de competição, é uma ótima oportunidade de transmitir à essa manifestação da cultura corporal seu lugar no universo escolar sem que haja discriminação, diferenciação por habilidades, gênero ou número de equipamentos.
Compartilho com vocês minhas experiências pessoais, pois trabalho com a ginástica geral e a cada dia percebo os benefícios e o quanto ela é significativa na vida dos alunos. Atribuo o sucesso dessa proposta a transferência e ao compartilhar das diversas manifestações culturais presentes no contexto dos alunos e no universo da ginástica. Por exemplo, quando se trata da questão da música, é interessante que os próprios alunos demonstrem quais são suas preferências e como imaginam que seria uma apresentação bonita. Já em relação ao figurino, não é necessário roupas perfeitas, pode-se sugerir que os alunos confeccionem as peças decorando-as ou até mesmo que combinem cores, quando for o caso.
O importante é que o professor incentive a criatividade dos alunos, pois ginástica é expressão corporal. É o momento onde os alunos têm a oportunidade de demonstrar sua arte, sua capacidade de organização, o espírito de grupo, auto-estima, entre outros infinitos benefícios.
Muitos movimentos do contexto dos alunos se assemelham aos que constituem o universo da ginástica. Como as brincadeiras tradicionais de cordas e bambolês, as atividades circenses com os malabaristas, os equilibristas, acrobatas e contorcionistas, os movimentos do Le Parkour, a sensação de liberdade e os movimentos não-habituais dos esportes radicais, entre outros.
Para socializar a cultura podemos, por exemplo, durante uma aula que aborda o salto da GA, sugerir aos alunos que brinquem de saltar sobre as costas dos colegas como na brincadeira de "pular sela". Logo após pode-se visualizar vídeos que ilustrem o salto do esporte propriamente dito. Demonstrando todas as possibilidades de saltar e suas variações, grupada, carpada, afastada etc  a vivência dessas variações é plenamente possível assim como a sua associação com os movimentos do dia-a-dia. Desta maneira estamos aproximando essas manifestações através da ampliação e reconstrução da cultura corporal.

Por _Berdusco

Relações entre GG, GR, GA, Artes Circenses e Mídia


Para que haja motivação e participação ativa dos alunos no tratamento desses conteúdos, em vista das dificuldades e preconceitos encontrados, não é aconselhável que se trabalhe de forma isolada. É preciso demonstrar que os gestos da GR, GA, GG e artes circenses se aproximam entre si e são importantes manifestações da cultura corporal.




Incentivar a reflexão sobre questões pertinentes ao tema associando-o aos eixos temáticos mídia e contemporaneidade é uma ótima oportunidade de contextualizar as discussões. Como por exemplo, o incentivo ao reconhecimento das artes circenses como profissão que exige dedicação e constituí a fonte de renda e sustentabilidade. Assim como os atletas, que assim como em todas as modalidades esportivas de competição, dedicam uma vida inteira aos treinamentos e têm a responsabilidade de representar a nação.

Para ampliar a concepção sobre o esporte, é interessante expor vídeos e imagens dos ginastas profissionais e dos artistas de circo, esclarecendo a dificuldade dos movimentos, as rotinas de treinamento e as características gerais de cada manifestação. Visto que também pode-se exemplificar acerca do papel da mídia, principalmente na cobertura de grandes eventos esportivos, os patrocínios que são raros devido à forte tendência de elitização do esporte e as políticas públicas de incentivo à prática de modalidades pouco difundidas ou recentes no país.



A mídia influencia na formação dos alunos a medida que, principalmente no caso da televisão, tem fácil acessibilidade no contexto cultural dos alunos direta e indiretamente.

Por exemplo, no âmbito da ginástica de competição, pouco se fala sobre a existência da Ginástica Rítmica masculina  muito difundida em países como Japão, Rússia, Canadá, entre outros. Já que isso se deve a prioridade de exibição cotidiana de modalidades mais populares no país como o futebol, o voleibol etc., e a cobertura exclusiva de eventos da FIG, geralmente ligados aos Jogos Olímpicos, Pan-americanos e Mundiais devido ao aumento da audiência e da possibilidade de patrocínio. Essa postura da mídia dificulta o incentivo à prática e/ou interesse pela modalidade.

Em contrapartida, a mídia pode ser uma aliada na formação dos alunos, pois através da exibição esportiva e da narração e explanação de comentaristas especialistas, há um aumento na possibilidade de compreensão sobre as características das modalidades e do próprio fenômeno esportivo, delegando à Educação Física uma infinidade de temas a ser desenvolvidos.


Por _Berdusco

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