Recursos auditivos — processo de ensino-aprendizagem do aluno cego

Os recursos auditivos são importantes na sala de aula, pois a audição é um dos principais veículos para a aquisição da linguagem e para a comunicação do aluno cego.

Através dos sons o aluno reconhece o ambiente que o rodeia e consequentemente se sente seguro, reconhecendo os estímulos sonoros e os localizando e diferenciando. Portanto este trabalho deve ser iniciado o quanto antes, não ficando restrito apenas ao ambiente escolar, mas aos estímulos ambientais que a criança tem diariamente.

Este processo se dá através do estímulo da melhora do tempo de reação, da concentração, reprodução, localização, deslocamento e diferenciação sonora.

O professor, durante o processo de aprendizagem, pode utilizar diversas ferramentas de ensino e quantos aos recursos auditivos, pode utilizar as seguintes orientações:

·         Estimular o reconhecimento de diferentes vozes de colegas, professores e funcionários da própria escola;

·         Imitar diferentes ruídos de animais, objetos, elementos da natureza, entre outros, discriminando diversos sons;

·         O uso de ferramentas de comunicação como sintetizadores de voz, livro falado, matérias desportivos (como bola de guizo), assim como a permissão do uso de computador e gravador nas aulas;

·         É importante sempre que o professor indique claramente a distância entre os objetos e direcione o aluno da maneira mais objetiva possível (direita, esquerda, acima, abaixo, para frente e para trás).

·         Ao se dirigir verbalmente ao aluno cego, faça diretamente a ele e não aos colegas que o acompanham;

·         Os recursos de avaliação podem contemplar o uso de provas orais e apresentação de seminários constantemente;

·         É fundamental verbalizar todas as ações realizadas em sala de aula de maneira clara, precisa e audível — inclusive o posicionamento do corpo do professor ao falar deve ser adequado para que o som chegue até o aluno sem distorções;

·         O excesso de ruídos em sala de aula é extremamente prejudicial ao aprendizado do aluno cego, portanto é importante escolher uma sala num local tranqüilo e sempre manter a ordem em sala de aula;

·         Vídeos e filmes são permitidos, contudo também é permitido a audiodescrição dos colegas para que o aluno se situe no contexto.

Por _Berdusco

Problemas visuais na infância — Sinais e condutas

      Os principais sinais apresentados por uma criança em sala de aula que pode levantar a suspeita de que a mesma possui um problema visual é o aumento do globo ocular ou presença de secreção ocular, assim como olhos lacrimejados constantemente. Atitudes como esfregar, apertar ou piscar os olhos involuntariamente, ter dificuldade para leitura à distância, aproximar muitos os objetos dos olhos, tropeçar excessivamente ou não perceber obstáculos no chão. Além da fotofobia, que consiste na sensibilidade excessiva à luz.

          Ao observar qualquer um destes sinais ou a combinação de uma série deles, cabe ao professor orientar os pais a encaminhar o aluno ao oftalmologista, pois só o mesmo pode diagnosticar possíveis patologias oculares ou uma possível deficiência visual.

        Após o diagnóstico e orientações médicas, o professor deve posicionar o aluno de maneira correta no espaço da sala de aula — diferenciado em cada caso específico —, deve estar atento ao seu próprio posicionamento e a maneira como pronuncia as palavras e como expressa suas ideias.

Por _Berdusco

O Papel das Mãos na Deficiência Visual

             O tato é um dos sentidos mais essenciais para a convivência humana. Através dele e seu principal instrumento, as mãos, podemos descobrir o mundo, revelar sensações, dar ênfase e forma às nossas expressões e no caso da pessoa com deficiência visual, estes são os olhos mais sensíveis.

            Através das mãos, a pessoa com deficiência visual pode ler e escrever o mundo. Pode ser e se sentir autônoma, como qualquer outro ser humano, para compreender a vida e para se comunicar naturalmente.

             Como acontece no filme "O milagre de Anne Sullivan", através das mãos a incrível e batalhadora professora consegue apresentar o mundo à uma criança que estava totalmente deslocada dele, por todos acreditarem que sem a visão, a fala e a audição seria impossível haver qualquer forma de comunicação. De uma menina sem esperanças de desenvolvimento, Hellen Keller se tornou uma excepcional escritora, filósofa, jornalista, conferencista e ativista social. Graças ao empenho de Anne Sullivan, uma professora que lutou pela educação provando que todos, de maneiras diferentes e adaptadas de acordo com suas condições, podem aprender com excelência. Apesar de utilizar métodos antigos, devido às concepções educacionais da época, Anne se tornou um ícone na área da educação e símbolo da luta pela educação dos cegos e surdos.

            Portanto, neste caso e no caso de todas as pessoas com deficiência visual, as mãos são o caminho mais eficaz para o aprendizado. Já que todos podem chegar ao conhecimento de maneira igualitária, pois seja através da escrita, da fala, da audição, das próprias mãos, concluímos que todos somos iguais.

Por _Berdusco

Gestão Pedagógica: fique atento!

                    A área pedagógica está ligada aos processos que viabilizam a execução de uma educação de qualidade, onde o gestor é responsável por dar suporte ao corpo docente para que isso aconteça, orientando e indicando propostas de melhorias ou investimentos na potencialidades da escola.
                   A área administrativa se relaciona com o processo de pleno funcionamento da unidade escolar, como por exemplo a organização de horários, calendário escolar, reuniões cotidianas, entre outros.
                   Os recursos humanos dizem respeito a gestão dos indivíduos envolvidos em todas as ações dentro do ambiente escolar, como ocorre na conferência de frequência, livro-ponto, escalas de trabalho, formação de equipes, entre outros.
                   A área jurídica se relaciona com o pleno cumprimento das leis que regem o sistema de ensino como um todo, verificando se a escola e seu projeto pedagógico estão de acordo com as mesmas.
                   E a área financeira está relacionada com todos os gastos da escola, sendo o gestor responsável por garantir que os recursos sejam distribuídos de maneira a suprir todas as necessidades da mesma e de forma transparente.

Por _Berdusco

Supervisão Pedagógica

                   "Atuo na rede estadual de ensino e durante um ano de exercício da profissão, não tive nenhum contato com o(a) supervisor(a) de ensino. Apenas ouvi rumores de que o mesmo esteve nas dependências da escola apenas verificando se os professores haviam preenchido o diário corretamente". Infelizmente este é o relato de muitos professores.
                  Mas a atuação do supervisor de ensino, na realidade, é fazer com que todos os processos de ensino-aprendizagem ocorram de maneira adequada através do incentivo e fiscalização da aplicação efetiva das políticas de ensino, verificando as dificuldades e potencialidades da escola, avaliando a repercussão da aplicação dessas políticas, e identificando e sugerindo possíveis soluções e ações que viabilizem o pleno desenvolvimento do projeto pedagógico escolar em harmonia com as políticas públicas implementadas.

Por _Berdusco

Escola é Espaço de Autonomia

                O espaço que a escola tem para exercer sua autonomia é durante a construção de seu projeto pedagógico, onde apesar de seguir as diretrizes do sistema de ensino, ela decide juntamente com todos os indivíduos da comunidade escolar sobre os aspectos que englobam o futuro da mesma, construindo, implementando e avaliando todos os processos em busca de uma educação de qualidade.
              Um exemplo prático é o conselho de escola, onde os membros compostos por professores, alunos, gestores, funcionários e pessoas da comunidade decidem sobre assuntos de interesse comum como eventos, projetos, melhorias nas dependências escolares, conflitos, entre muitos temas que são discutidos e após serem analisados e acordados pela maioria dos representantes, são resolvidos de maneira democrática e de acordo com a identidade escolar.

Por _Berdusco

Matemática: A Aprendizagem da Contagem e o Ensino Sobre Espaço e Forma

• Afirmar que se a criança conhece a sequência numérica ela já sabe fazer a contagem é uma concepção incorreta.
  Pois apesar de o conhecimento da sequência numérica ser o primeiro passo para a aprendizagem efetiva da contagem, quando a criança ordena, faz nomeação ou a contagem oral recitando a sequência numérica não significa que ela se apropriou finalmente da mesma, isto é, esse processo se dá pela imitação do adulto — ato que deve ser estimulado, mas não considerado fim em si mesmo. Assim como ocorre na correspondência biunívoca e recíproca e na inclusão hierárquica de classes, onde conhecendo a sequência numérica, a criança indica um nome a cada elemento da coleção ou faz a separação de pares ou ainda conta os objetos acrescentando aos mesmos um subsequente na progressão n+1.
  Portanto, só quando a criança estabelecer uma síntese entre a contagem de elementos e a quantidade total representada, seja na forma oral ou escrita, isto é, compreender que cada elemento é independente na soma mas compõe a quantidade total — princípio da invariância numérica —, ela se apropriará da contagem de maneira efetiva.
  Já o trabalho envolvendo espaço e forma não deve limitar-se ao reconhecer e nomear as formas geométricas, pois apenas memorizar nomes e formatos não possibilita à criança a exploração de figuras planas e tridimensionais e principalmente não considera que a criança se encontra em um universo perceptivo e sensível, mas não representativo.
  Ou seja, assim como no ensino da contagem em matemática, a aprendizagem do conteúdo espaço e forma não deve partir da reprodução de imagens e reconhecimento das mesmas em diversas representações. Para que haja aprendizagem significativa, o estudo sobre espaço e forma deve estar atrelado à diversas situações do dia-a-dia, dando ao aluno autonomia, por exemplo, nas questões de localização e na consolidação das noções de direção, sentido, distância, ângulo, entre outras. E este processo só de dá de maneira efetiva, quando a criança relaciona o conhecimento geométrico de forma contextualizada e real, e não apenas mera repetição e reprodução de informações e imagens.
  
  
  Por _Berdusco