domingo, 1 de abril de 2012

Alfabetização — do conhecido para o desconhecido


           O processo de alfabetização se dá de forma mais natural quando há a contextualização do que a criança aprende na escola com o que vê no seu cotidiano.

          Recordo-me de um dia, quando perguntei às professoras do 1º ano se gostavam do material didático disponibilizado pela escola, apenas por curiosidade. Foi então que me mostraram um texto cheio de detalhes que contava uma história em que a personagem principal era uma jaguatirica. O problema é que nenhum dos alunos ao menos sabia o que era uma jaguatirica.
           Ou seja, não havia o conhecimento prévio para que a criança fizesse a relação entre o objeto do texto com aquele que ela idealiza. Por exemplo, como é a pele desse animal, do que se alimenta, que sons ele produz, que local vive, entre outras características.       Portanto, seria um material desinteressante para os alunos, se trabalhado no momento que fora sugerido.

          Crianças têm uma capacidade imensa de imaginar e criar histórias apenas olhando figuras. E com certeza é uma leitura fantástica!

É uma pena que muitas vezes essa manifestação de criatividade da criança é inibida pelo uso de cartilhas e métodos em geral que não partem daquilo que ela já conhece.

          Se o aluno não for incentivado a utilizar sua capacidade de leitura de mundo desde cedo, temos o que vemos em jovens e adultos: indivíduos que não conseguem se apropriar da leitura de maneira autônoma, interpretando e dando seu sentido individual para o que interpreta.
           Eu acho muito muito interessante atividades como as que o professor mostra uma imagem às crianças e pede que elas escrevam o que imaginam ao observá-la. Pode ser um conto, uma descrição, uma narrativa, um poema, entre outros. O importante é deixar que a leitura seja um processo de liberdade e que a criança tenha confiança em expressar suas ideias. O que não pode acontecer é exigir do aluno aquilo que ele ainda não tem.


Por _Berdusco

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