domingo, 1 de abril de 2012

Humanos são seres de registros



          Transpondo as circunstâncias para os dias atuais, percebemos que a velocidade dos acontecimentos, a aceleração dos processos sociais e a quantidade de informações são características de nossa sociedade atual.

O que percebemos é o mundo do aqui e do agora.
        Acredito que é importante mobilizarmos os recursos tecnológicos tornando-os aliados e não obstáculos para a aprendizagem ou para a formação geral dos indivíduos. E se estamos hoje conectados à internet, nos comunicando através de uma rede em que nossos tempos e espaços são diferentes, é porque naturalmente estamos inseridos nessa realidade. 
           Não é porque o indivíduo utiliza a internet para se comunicar, que vai esquecer como se escreve de maneira formal. O importante é manter o equilíbrio nessa relação, ou estaremos colocando de lado os registros do passado e a maneira como aconteciam, descaracterizando a importância dos mesmos para chegarmos até aqui.
           Por exemplo, as adolescentes não usam mais o diário escondido embaixo da cama e lacrado com cadeado, elas postam no blog. As redes sociais são também os registros de hoje.
Ou lembremo-nos do quão trabalhoso era tirar uma fotografia — nem imaginávamos poder ver o resultado antes de revelar o filme. Não é um avanço? Só que as fotos apesar de continuar armazenadas, não ficam mais nos álbuns de fotografia, mas nas pastas do desktop.
E quanto aos professores que calculavam as notas dos alunos, um a um, na papeleta do diário de classe. Os programas de computador salvaram as infindáveis horas de cálculos e mais cálculos. E o melhor, as notas dos alunos continuam registradas, mas em arquivos ou plataformas na internet.
           Portanto, toda essa transição compõe um processo natural da sociedade. E independentemente da época ou dos meios, o homem é um ser de memórias.

Acredito que os avanços em todas as áreas da sociedade são benéficos e que as constantes transformações nos meios de comunicação e na escrita propriamente dita são reflexos desta evolução.

          Contudo, compreendo muito bem a preocupação que nós temos em relação a distorção da escrita formal. Realmente as crianças e adolescentes, principalmente aqueles que utilizam a internet como ferramenta de comunicação, utilizam linguagens incompreensíveis. Não relaciono este comportamento ao uso das gírias, que são completamente normais para a faixa-etária, visto que todos nós já passamos por essa fase também.

           Mas o que me preocupa é que a grande maioria não consegue compreender aquilo que escreve ou interpretar as informações de uma simples leitura. Não só crianças, mas adolescentes que não dominam esta habilidade básica. Será que o processo de alfabetização se deu por completo? É visível que não.
           Basta saber se a falha vem da dificuldade natural de aprendizagem nos primeiros contatos com a linguagem escrita e nas fases subsequentes ou seu as influências externas estão interferindo nos métodos de ensino.


Por _Berdusco

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