quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Gestão e coordenação pedagógica


 Atualmente, o coordenador pedagógico ocupa um lugar fundamental na gestão escolar, contudo numa perspectiva democrática da organização e sistematização do trabalho educacional ele atua em conjunto com o corpo docente e a direção para auxiliar nos processos didático-pedagógicos.
Assim como a sociedade e contexto cultural, sócio-econômico e tecnológico avançaram, a gestão escolar também teve que se adequar a estas mudanças. E isso se deu tanto no âmbito discente, através da heterogenia de pensamentos, crenças, constituições familiares e comportamentos quanto na maneira como os processos de ensino se transformam de forma a atender este público tão exigente. Encontramos-nos na era da informação, onde os dados são coletados com facilidade, entretanto há grande superficialidade na absorção dessas tais informações e raramente elas chegam a se transformar em conhecimento.
Portanto, o coordenador pedagógico deve articular todas as ferramentas tecnológicas e as práticas sociais atuais para atrair a atenção dos alunos e motivar os professores a inovar suas práticas aproximando-as do contexto cultural dos alunos. Contudo, não é uma tarefa fácil, pois há uma grande resistência de ambos os lados. Docentes ficam receosos em tentar algo novo, mudar suas técnicas que sempre deram certo, provar o desconhecido. Alunos têm dificuldade de utilizar os recursos disponíveis de maneira responsável e muitas vezes não percebem a importância dos métodos considerados tradicionais também.
Já em relação ao projeto pedagógico, a formação dos professores, as reuniões pedagógicas e avaliações, o coordenador pedagógico atua na mediação das relações interpessoais para a construção das melhores estratégias pedagógicas para a melhoria dos processos de ensino-aprendizagem.
No projeto pedagógico, o coordenador reúne a história da escola, sua identidade, seus desejos, dificuldades e potencialidades. Através da articulação de todos os membros da comunidade escolar, ele propicia sempre que necessário uma rediscussão sobre o que a escola deseja para si e como ela deve atuar para alcançar suas metas conjuntamente e de maneira democrática.
A formação dos professores deve ser incentivada pelo coordenador pedagógico frequentemente, seja pela leitura e análise de textos simples, tanto pela reflexão sobre eventos do cotidiano, a troca de experiências entre os docentes ou pelo incentivo a freqüência em cursos divulgados pelos mais diversos veículos. Já as reuniões pedagógicas devem ser conduzidas de maneira planejada, discutindo os assuntos de interesse de todos os envolvidos, os problemas da escola, suas normas e prazos, as novidades, opiniões diversas e demais assuntos que precisam ser compartilhados constantemente.
As avaliações pedagógicas devem ser orientadas pelo coordenador através de críticas construtivas, acompanhamento constante, subsídios para suas aplicações e análise de resultados. E as avaliações institucionais devem ser organizadas de maneira mais burocrática atentando aos prazos e normas estabelecidas pelos sistemas de ensino e de maneira pedagógica através da coleta de dados necessários a reflexão junto ao professorado sobre as dificuldades e pontos positivos encontrados e, consequentemente, melhores maneiras de intervenção.
Durante a observação do cotidiano de diversos coordenadores pedagógicos percebi que as reuniões pedagógicas, a formação dos professores e o acompanhamento das avaliações institucionais estão de acordo com as condutas adequadas a função. Contudo, o projeto pedagógico está muito aquém do ideal, sendo um documento desconhecido por muitos alunos, professores, funcionários e membros da comunidade. E que não é nem mesmo discutido por todos os envolvidos, ficando espaço apenas para os projetos interdisciplinares temáticos do ano letivo.
Assim como as avaliações pedagógicas que não são analisadas pela coordenação, ficando a critério do professor avaliar da sua maneira e sem contar com dados de aprendizagem anteriores.
E um dos aspectos mais preocupantes é a relação entre os alunos e a coordenação pedagógica, que não passa de um processo restritamente burocrático, superficial e hierarquizado. Talvez o que falta nos processos de gestão educacional é um tanto de humanismo, um olhar mais profundo sobre os sujeitos envolvidos nos processos educacionais e suas peculiaridades. Entretanto, para isso seria necessária a divisão igualitária de tarefas, já que a sobrecarga de funções atribuídas ao coordenador pedagógico no ensino público não permite que o mesmo dê a atenção adequada a todos os aspectos citados anteriormente.

Por _Berdusco

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