domingo, 2 de outubro de 2011

Algumas considerações sobre Inclusão


Quando falamos sobre alguns tipos específicos de deficiências é preciso que a escola tenha condições mínimas de acessibilidade e adequação de estruturas arquitetônicas no caso de deficiência motora ou mobilidade reduzida.
Mas quando se trata da postura docente, é preciso que o professor busque conhecer a deficiência e isso não depende somente de sua formação acadêmica inicial, mas de uma formação contínua e pautada no desejo de buscar o máximo de informação que possam ajudar nas suas ações. Como por exemplo, no caso da inclusão de alunos surdos. Eu não tive aulas de Libras na universidade, mas atualmente busquei um curso que já faço há um ano e meio para aprender o mínimo que possa auxiliar a comunicar-me com este público. Sei que nem sempre terei um intérprete disponível em sala de aula, portanto é sempre bom estar preparada.
Isso também vale para a adequação de materiais de apoio. Como observamos no vídeo do CAPE e nos depoimentos de alguns colegas, existem maneiras da escola buscar estes tipos de recursos. Mas também é possível que o próprio professor, com criatividade e ciente das necessidades dos alunos, crie materiais alternativos e que podem suprir perfeitamente estas demandas.
Assim como não podemos esquecer-nos da importância das salas de apoio, dos psicólogos e do atendimento educacional especializado para que o aluno possa usufruir de todos os recursos disponíveis, se reconhecendo tanto com seus semelhantes quanto com os diferentes.
Agora falando na realidade de sala de aula, com base em experiências anteriores, acredito que proporcionar o sentimento de pertencimento em determinada turma é o primeiro passo para que os alunos compreendam o outro e possam agir de forma mais natural com o "diferente". A importância do trabalho em grupo se eleva à medida que o método individualizado por muitas vezes expõe as dificuldades e quando ocorre isso, as intervenções se tornam repetitivas e incômodas. Pois um ambiente agradável de aprendizagem é aquele em que o aluno sente vontade de participar e entende a importância que ele e os demais têm perante o coletivo. E isso só acontece com um árduo trabalho de conscientização e constante diálogo. Lembrando que isso não acontece do dia para a noite, é preciso ter paciência.
Conhecer o contexto familiar desses alunos também é importante, pois é preciso saber como a família lida com esta realidade. De forma que a esfera familiar é determinante na forma como o aluno se relaciona fora de casa. Se é tratado como incapaz pela própria família, se sentirá assim também na sociedade. E contrapartida, quando vivencia um ambiente de igualdade, consegue encarar todos os desafios de forma natural.
Enfim, todos os conceitos e teorias são válidos, mas o que se torna mais importante é a experiência do professor aliada à capacidade de também aprender com os alunos.

Por _Berdusco

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